terça-feira, 1 de março de 2011

Solidão urbana

Mais uma inútil na cidade, em meio de milhões de pessoas, poucos famosos (realmente memoráveis e que merecem este título), poucos ricos (nadando em dinheiro e problemas), muitos fracassados (que não veem sentido em mais nada e isso nem depende de status ou riquezas), muitos problemáticos (remédios de tarja preta, doenças da alma, de sanidade, de existência), muitos compulsivos(necessidade de afogar a tristeza), muitos problemas, poucas soluções, poucas saídas, muitos becos sem luz, muita fuga, pouca realidade, muita tristeza para muito carnaval, tanta depressão para pouca euforia, muito medo para pouca coragem, muita falsidade para pouca sinceridade, muito choro para um simples sorriso, muita corrupção para pouca ressaca moral. Na cidade cinza, perdemos a alegria, olhamos tudo com uma certa e desesperadora melancolia frenética, viramos escravos da nossa própria perfeição, dos nossos sentimentos, esquecemos o quão bom é sorrir, alegrar-se com pouco, queremos sempre mais, o que gera o pior fracasso de todos: o fracasso mental, pensar que já perdeu sem tenatr e assim desistimos de lutar ou lutamos tanto contra algo que desfalecemos e perdemos a força.

Esquecemos de sentir e analisar, olhar o que está errado em você e nos outros, sentir-se podre por alguns dias e muito bem em outros, merecemos momentos felizes, apesar de não termos a felicidade em nossas mãos, saber celebrar o que é bom e ruim é o equilíbrio das nossas ilhas oscilantes de humor, nosso horror à chuvas ácidas, a dias calmos e tranquilos.

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