terça-feira, 1 de março de 2011

Caminhos tortuosos

Voltei à minha rotina de loucas torturas, às minhas lembranças sem sentido. Derramo algumas lágrimas por coisas que nem deveria lembrar, voltando para casa, uma mistura de euforia, inquietação e tristeza no peito, vejo a vida conspirando contra mim, pois estou indo por um caminho perto da sua casa, vi os letreiros embaçados dos ônibus com cores diversas, eu queria desligar o ar condicionado, sentir a poluição e ver o mundo claramente.

Pensei em como aquela avenida era imensa e em saltar daquele carro para, talvez, vê-lo, mas onde estaria você agora? Perto, longe... Se eu já estou assim sem vê-lo imagine se eu o visse, eu não sei que reação eu teria. A vida passava pela minha frente, na paisagem e eu parecia inanima em algum lugar do tempo.

Minha vó perguntou onde estávamos, meu pai respondeu, é, estávamos onde ele mora, vi muitas pessoas, eu o procurei na multidão, sabia que era em vão, mesmo assim, não desisti. De repente, congestionamento, fluxo lento, a única coisa que eu desejava era sair dali e acabar com aquela sensação agoniante, o trânsito devagar continuava e eu só desejava sair daquele lugar. Senti uma leve dor de cabeça, deveria ser o stress causado pela paranoia, tudo acumulado. Vi uma placa indicando seu bairro, eu pensei “que placa inútil”, vi que estava cada vez mais perto e queria que os minutos passassem mais rápido do que são, uns semáforos e vários devaneios depois, cheguei perto de sua casa, muito perto, até me aliviei, a ansiedade se apagou. Estava chovendo, relâmpagos revelavam a intensidade de uma suposta que eu estava sentindo, não o vi como desejaria, eu só queria vê-lo depois de um enorme abraço.

Conclui que meu desejo não era ser apenas uma namorada, eu queria ser sua amante, não vulgar, apenas ser amada, ou me sentir assim, mesmo que ele não sentisse isso por mim, não tinha importância, o importante era sentir. Andar quarteirões de mãos dadas, com doces beijos fulgazes nas esquinas entre elas e divertir-se na caminhada da vida, o que eu queria.

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