O cinza vívido no ambiente branco. Claro. A água ferveu. A música iluminava aquela tarde, a música era o suicídio prenunciado. Tomou banho, esquentou a água, estava se arrumando, limpando-se sensualmente, a água escorria e a alimentava e a perfumava. Cantava junto enrolado, e rio alegre, meio melancólica. Oh, querida, por que tem que ser assim? Não precisa disso. "Porra, Ian, cala a boca" Mas não o fez, era inútil, não queria ir lá e desligar o rádio e os pensamentos dela se misturavam com a música, com a água, com as paredes de azulejos do banheiro. Os segredos ressonavam alto, mas só o silêncio resolvia, nem perguntar nem responder. Ela queria gritar a música no cérebro, mudar a playlist, o disco, o que fosse. Ela já gritava tudo e seu controle perdeu-se mesmo estando estática e balbulciando todas, todos, tudo.
O caos já estava feito, nada mais a fazer. Sem esperança. Como queimar aquilo tudo? Ia se secar mas esqueceu a toalha, foi buscar nua no quarto, não tinha a quem chamar, a quem recorrer, pingando partes dela nos cantos. Tudo misturado. O que sentia? Olha o bilhete que ela escreve, a letra bagunçada que nem a criatura. Se possível, foge até de si mesma, olha, quem se importa. "Se for preciso, eu sumo" - como diria Ana. Plantar saudades para colher o amor nos braços brancos de um leve inverno de no máximo 15ºC. Algo a hipnotizou, piscou não, pensou no abismo que o universo a prometia. O mundo era morno e a sufocava, não sabia se era maior ou menor que suas ambições, trancou sua tristeza em casa e saiu pra anunciar uma felicidade perdida, vê se acha pedaços dela, seguiu, apenas, era o que havia de fazer. Mais tarde, Ian ainda cantou pra ela, quando estava entorpecida de prazer e de tê-lo nos braços.
Old fascinations
Aqui está a reunião dos meus textos, pedaços de imaginação, sentimentos, as palavras de muitos tempos estão presentes aqui. Uma forma de me expressar do meu jeito.
segunda-feira, 16 de julho de 2012
segunda-feira, 18 de junho de 2012
Contradição do calor.
O sono já se pendura pesado em meus olhos, já vejo as olheiras no dia seguinte. Sinto o suicídio dos minutos se passando no ar. Mais roupas fora da mala do que dentro, mais leituras, menos reflexões, as bagagens aumentam, as roupas mudam. As máquinas ventilam, digito segredos para aparentes estranhos, começo a tomar o remédio pelo meio da cartela, mordo a banana já mordida, mordo minha raiva, comprimo os olhos, eu os fecho, limitando-os, eu o desenho mentalmente, desmonto, eu seria uma gênia se não fosse tão desorientada. Roo as unhas, explodo os amores, demonstro o seu monstro interior. Eu ri:
- Você ainda existe? Como me livrar de você? Eu penso que nunca deveria ter te conhecido, nunca ter sido corajosa o suficiente para despencar e cair dentro de você, em outro momento, penso nos nossos lindos filhos e na boa educação que eles terão, não precisa tê-los no meio, mas no nosso futuro trágico... So caí na sua superfície estática e fria, que não conheço bem. Tudo termina em você, assim como uma boa noite termina em ressaca. Você é a ressaca do meu mar, da minha solidão, você é a porra da brisa marítma que persiste em soprar em mim, apesar de tudo, você é a força que descobri, apenas uma mera idealização.
Tenho vontade de dormir, mas a de ver a vida é maior, mais presente no interior desses dias. As águas se encontram no mar. Ainda faremos uma tempestade.
- Você ainda existe? Como me livrar de você? Eu penso que nunca deveria ter te conhecido, nunca ter sido corajosa o suficiente para despencar e cair dentro de você, em outro momento, penso nos nossos lindos filhos e na boa educação que eles terão, não precisa tê-los no meio, mas no nosso futuro trágico... So caí na sua superfície estática e fria, que não conheço bem. Tudo termina em você, assim como uma boa noite termina em ressaca. Você é a ressaca do meu mar, da minha solidão, você é a porra da brisa marítma que persiste em soprar em mim, apesar de tudo, você é a força que descobri, apenas uma mera idealização.
Tenho vontade de dormir, mas a de ver a vida é maior, mais presente no interior desses dias. As águas se encontram no mar. Ainda faremos uma tempestade.
domingo, 6 de maio de 2012
Relógio do pensamento aleatório
Não posso continuar trancada na nostalgia assim. Desacreditando no futuro, em tudo, em intenções, as mudanças foram catastróficas, nem deu pra respirar, não acredito, quando vi outra vida amanhecendo naquele avião, mas hoje é um tipo de perdição, eu ainda me sinto perdida, como se aqui fosse onde eu não deveria estar. O pior de ter sentimentos é que parece um defeito, é o que me faz diferente, a sociedade nos faz termos nojo de nós mesmos, nos desvalorizamos a cada passo.
De certa forma, não consigo me desligar daquilo que já vivi, não há equilíbrio nessas relações que vivo, o que produzo/sinto parece ser doentio, fruto de uma doença incurável e infinita, não quero preencher necessidades, quer dizer, o efêmero me assusta, a maioria dos momentos são assim, contudo não queria que meus relacionamentos fossem assim também. Esses desesperos lançam sorrisos a mim, coisas que durem o suficiente para serem lembradas, assim desejo. Dispenso superficialidade amorosa, mas isso é o é que geralmente oferecido, loucuras, aquele sorriso tão feliz que penetra uma tranquilidade na alma, a festa por estarem juntos, é difícil de existir, se não raro. Somos condicionados a sermos frios, porque querer sentir, apaixonar-se é como uma droga que traz abstinências, angústias e alegrias, euforias. Sede insaciável insaciável de amor, até quem eu pensei que me satisfazia, nunca o fez, mas chegou muito perto (talvez o mais perto que um homem chegue). Vou ter que me contentar com esse vazio por enquanto, não sei até quando, até lá fico assim, no meio do nada criado por mim. Tenho medo de ser só usada e devolvida - de forma vaga, pois só servi naquele momento - a essa lixeira fétida e agridoce do passado, que me alimenta de forma podre e imunda, meus sonhos futuros, minhas esperanças, esses acasos que ocorrem, inclusive um a um ano atrás, essas piadas armadas. Eu ia fazer um texto sobre nós, achei que seriam lágrimas caindo e nostalgia demais pra poucas linhas, então, desisti de desgosto por não viver suficientemente o presente.
Os ossos emergem duramente na pele, não há mais lágrimas, só a promessa de ser feliz amanhã quando acordar, se for pra ser profundo que seja além de dois corpos juntos, um tipo de amor que os poetas falam, algum sofrimento prazeroso, nos instalamos na vida um do outro de forma peculiar, pode ser, pode não. O ruim do futuro é que as certezas podem desabar num instante e os livros na estante não fazerem mais sentido, e os sentimentos escritos serem mais um tipo de espetáculo subjetivo. Estou me preparando para você se desmontar na minha frente, para as fantasias caírem por terra, não vou me decepcionar daquele mesmo jeito, se a Maldição de Maio repetir, estou segura, porém nem tenho minha bola de cristal, a incapacidade de esperar a vida passar gera ansiedade da pressa, de saber os resultados e os processos, de presenciar o fim. É mania, querido, tudo ao mesmo tempo. Vivemos numa eterna contradição, pois somos assim e temos essa tendência a cair.
De certa forma, não consigo me desligar daquilo que já vivi, não há equilíbrio nessas relações que vivo, o que produzo/sinto parece ser doentio, fruto de uma doença incurável e infinita, não quero preencher necessidades, quer dizer, o efêmero me assusta, a maioria dos momentos são assim, contudo não queria que meus relacionamentos fossem assim também. Esses desesperos lançam sorrisos a mim, coisas que durem o suficiente para serem lembradas, assim desejo. Dispenso superficialidade amorosa, mas isso é o é que geralmente oferecido, loucuras, aquele sorriso tão feliz que penetra uma tranquilidade na alma, a festa por estarem juntos, é difícil de existir, se não raro. Somos condicionados a sermos frios, porque querer sentir, apaixonar-se é como uma droga que traz abstinências, angústias e alegrias, euforias. Sede insaciável insaciável de amor, até quem eu pensei que me satisfazia, nunca o fez, mas chegou muito perto (talvez o mais perto que um homem chegue). Vou ter que me contentar com esse vazio por enquanto, não sei até quando, até lá fico assim, no meio do nada criado por mim. Tenho medo de ser só usada e devolvida - de forma vaga, pois só servi naquele momento - a essa lixeira fétida e agridoce do passado, que me alimenta de forma podre e imunda, meus sonhos futuros, minhas esperanças, esses acasos que ocorrem, inclusive um a um ano atrás, essas piadas armadas. Eu ia fazer um texto sobre nós, achei que seriam lágrimas caindo e nostalgia demais pra poucas linhas, então, desisti de desgosto por não viver suficientemente o presente.
Os ossos emergem duramente na pele, não há mais lágrimas, só a promessa de ser feliz amanhã quando acordar, se for pra ser profundo que seja além de dois corpos juntos, um tipo de amor que os poetas falam, algum sofrimento prazeroso, nos instalamos na vida um do outro de forma peculiar, pode ser, pode não. O ruim do futuro é que as certezas podem desabar num instante e os livros na estante não fazerem mais sentido, e os sentimentos escritos serem mais um tipo de espetáculo subjetivo. Estou me preparando para você se desmontar na minha frente, para as fantasias caírem por terra, não vou me decepcionar daquele mesmo jeito, se a Maldição de Maio repetir, estou segura, porém nem tenho minha bola de cristal, a incapacidade de esperar a vida passar gera ansiedade da pressa, de saber os resultados e os processos, de presenciar o fim. É mania, querido, tudo ao mesmo tempo. Vivemos numa eterna contradição, pois somos assim e temos essa tendência a cair.
sábado, 5 de maio de 2012
Quase poesia.
Agarro você nos meus braços para não cair nesse buraco da solidão. Apesar de que, sou uma mestre na arte de me aprofundar em afundar. Ainda peço um cigarro para ir mais baixo, sou a peça de mais um jogo, e peço fogo para queimar essa coisa maldosa, fogosa, meio dengosa.
Armas apontadas para mim, poderosas, sinto um querer, algo mais além, quente, latente. Pensar nas nossas indelicadezas faladas, ver um mundo colorido em preto-e-branco e pedir tanto, sabe?
Ver uma escuridão, e ter medo e fugir do que te assombra e daquilo que gosta ao mesmo tempo, a ligação entre seres humanos é um medo, cheia de erros, de sentimentos, de vontades, mas precisamos disso.
Nos seus braços, eu podia sentir, ser, fazer o que quiser, até voar, levitar, se possível. Porque eu me movia com você, éramos a música do mundo, nossa alegria nos fazíamos insanos, o paraíso das estrelas, nosso amor é só aquele ali, não pode ser mais nada, não pode ultrapassar aquela fronteira, aquele limite. Mas mesmo assim, sou feliz de poder te sentir junto a mim.
Pelo menos, o seu brilho me ilumina quase todos os dias, é tão bonito, só essa carência é triste, porém, passa, tem que ser desse jeito, criatura que faz meus dias amáveis, como você é. Enquanto mergulho em ilusões e você é uma delas.
Armas apontadas para mim, poderosas, sinto um querer, algo mais além, quente, latente. Pensar nas nossas indelicadezas faladas, ver um mundo colorido em preto-e-branco e pedir tanto, sabe?
Ver uma escuridão, e ter medo e fugir do que te assombra e daquilo que gosta ao mesmo tempo, a ligação entre seres humanos é um medo, cheia de erros, de sentimentos, de vontades, mas precisamos disso.
Nos seus braços, eu podia sentir, ser, fazer o que quiser, até voar, levitar, se possível. Porque eu me movia com você, éramos a música do mundo, nossa alegria nos fazíamos insanos, o paraíso das estrelas, nosso amor é só aquele ali, não pode ser mais nada, não pode ultrapassar aquela fronteira, aquele limite. Mas mesmo assim, sou feliz de poder te sentir junto a mim.
Pelo menos, o seu brilho me ilumina quase todos os dias, é tão bonito, só essa carência é triste, porém, passa, tem que ser desse jeito, criatura que faz meus dias amáveis, como você é. Enquanto mergulho em ilusões e você é uma delas.
terça-feira, 24 de abril de 2012
Morte problemática e caótica.
Eu morro a cada respiração, em cada ação; deixo um pedaço meu em cada amor verdadeiro ou falso, todos que parecem assim, tenho medo de sobrar nada de mim, ou de sobrar nada de amor, só ódio, desamor por causa do seu vento que sopra frieza, de ficar a melancolia em mim e você em outras, bocas, pernas, belezas; de eu ficar no banquinho escrevendo e você na cama gozando. É real mas não é palpável, e ao mesmo tempo, irreal. Tão lindo, mas também uma desgraça, uma tristeza, pelo menos não fico vazia, sinto mesmo que seja ruim, não tenho a obrigação de ser feliz, posso aparentar, mas isso não significa que eu seja.
Não consigo ser triste quando entro em contato com pessoas, realmente, para ser assim é raro, só quando é forte demais. Contudo, tenho a impressão de que terei mais tristezas do que alegrias com você, não sei como será. Tenho muito pessimismo guardado em mim, tédio em meu olhar, traumas nos meus medos, nas minhas paranoias; há desejos nessas vontades, tanta coisa que não sei, esperança de algo melhor, com você, talvez. Não posso esperar/pedir/desejar muita coisa de você, não quero pressionar um pobre ser humano que não tem a obrigação e a possibilidade de ser perfeito, é pedir demais e muito egoísmo.
Sou tão amável, você não poderia me amar? Ninguém me ama, olha o drama que faço, um certo estardalhaço por querer ser importante para você, na sua vida, nos seus pensamentos. Eu queria ser além dessa coisa fútil, uma obra-prima, um choque de diferença na sua vida, ilumina suas ideias. Mas sou só isso, por enquanto, se for querer se acostume, não tenho muito a oferecer, não sei, depende da sua visão. Interessante, fascinante, eram características que gostaria de possuir. Tão jovem, tão desenfreada, insegura, cheia de medos que uma vida breve lhe trouxe, morro a cada vez que meu coração bate e toda vez que necessito ter você por aqui, de alguma maneira e nunca consigo. Você é tão cruel quanto o destino, por me deixar em desatino e pior do que já sou. Agradeço suas indelicadezas, só dá vontade de dizer já chega, mas nunca vou ser boa o suficiente para você e o pior é que quero ser, é um desafio; apesar de tudo, gosto de você e morro a cada vez que me lembro disso, dessa maneira, gosto de morrer.
Não consigo ser triste quando entro em contato com pessoas, realmente, para ser assim é raro, só quando é forte demais. Contudo, tenho a impressão de que terei mais tristezas do que alegrias com você, não sei como será. Tenho muito pessimismo guardado em mim, tédio em meu olhar, traumas nos meus medos, nas minhas paranoias; há desejos nessas vontades, tanta coisa que não sei, esperança de algo melhor, com você, talvez. Não posso esperar/pedir/desejar muita coisa de você, não quero pressionar um pobre ser humano que não tem a obrigação e a possibilidade de ser perfeito, é pedir demais e muito egoísmo.
Sou tão amável, você não poderia me amar? Ninguém me ama, olha o drama que faço, um certo estardalhaço por querer ser importante para você, na sua vida, nos seus pensamentos. Eu queria ser além dessa coisa fútil, uma obra-prima, um choque de diferença na sua vida, ilumina suas ideias. Mas sou só isso, por enquanto, se for querer se acostume, não tenho muito a oferecer, não sei, depende da sua visão. Interessante, fascinante, eram características que gostaria de possuir. Tão jovem, tão desenfreada, insegura, cheia de medos que uma vida breve lhe trouxe, morro a cada vez que meu coração bate e toda vez que necessito ter você por aqui, de alguma maneira e nunca consigo. Você é tão cruel quanto o destino, por me deixar em desatino e pior do que já sou. Agradeço suas indelicadezas, só dá vontade de dizer já chega, mas nunca vou ser boa o suficiente para você e o pior é que quero ser, é um desafio; apesar de tudo, gosto de você e morro a cada vez que me lembro disso, dessa maneira, gosto de morrer.
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